quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ela, Somente. Ela...

Quer apenas sair pro mundo. Mas o mundo não dá espaço para ela ser alguém em seu ritmo.
Tudo a engole freneticamente veloz como já sabemos ser.
Só ela não se encaixa, não faz parte de nada disso, em sua lentidão.
Seu caminho brilhante a ser percorrido está sempre longe do que sabe alcançar. Se ela aprende algo novo, aprende também que todos ao seu redor já sabem aquilo e todo o complemento necessário para se encaixar a tudo.
Sempre precisa de mais tempo e, assim que o consegue, é preciso ainda mais.
Eis que...
Não, não acaba por conhecer novas pessoas iguais a ela.
Tampouco tem sonhos que lhe revelam o que deve fazer para descobrir o conforto.
...
Para sentada na base de um poste de luz e deixa essa angústia preenche-la até não sobrar espaço em seu corpo para outra coisa. Pela primeira vez na existência se identifica com algo: sua solidão.
Mas então que a mesma se faz escapar, vazar pelos olhos que - mesmo fechados para tentarem prolongar o momento de reconhecimento - sabem que é o fim, começam a inchar e tomar espaço maior em sua face. Seu crânio torna-se tão pequeno que pressiona seus pensamentos para algum lugar que não ali.
Num amarelo intenso tudo vira pó e ela já não pertence a uma espécie e sim ao Universo, amante dos fragmentos desconsolados e indescritos.
O vento apenas corre e leva aquilo... Como tem de ser.

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