quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Pôr Fim

Meu amor é de papel
e sei.
Nada jamais me faria desesperar
mais que não saber o que fazer.
Seus olhos tão enchentes
rubreando-me a visão
não levam a lugar algum
senão o canto mais solitário
onde não te alcanço nem te elevo
menos ainda te destruo.
Deveria te devorar
mas não aguento mais teu sabor
de água salgada e suja
de impurezas cansadas.
Sua doença mata meus sentimentos
sua auto condolência me reestabelece,
comigo mesma.
Não te quero
te gorfo
me seguro pra depois golfar.
Me enojo e mergulho no meu vômito
exporto-me até acabar-me o frêmito,
reação última, que me faz 
cair.
Feito tonelada num vão sem fim.
E tudo, por fim, em vão.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Levando

Olhos inchados d'água
no entanto
a alma ainda por lavar.
Hard to understand o não
porquanto
presenteados foram
sims
por tanto.

Musas invoco a aqui
aquando
querer for mais que poder.
Pois trágicos são mitos
olhando
moral e bons costumes
vis
tornando.

Meus pêsames são próprios
visando
a mim e somente a mim.
Meus traumas a memória
vai dando
a vez a todos esses
fios
em branco.

Pourquoi monsieur descer do
tamanco
foi o conselho dado
pela alma pobre de so
lavancos?
À deriva sempre o que
quis
foi anco.

E agora o que a espera é
o espanto
do encontro possível.
Em cada ponta e pier tem
o tranco
da miragem daquele a
mor
soando.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Om

Uma vez te abracei e você não soube, porque cheguei de mansinho e por trás. Seu sonho me vertiginava pela sensação do chão estar infinitamente distante tanto quanto absurdamente perto, feito o fundo de um caleidoscópio. Nosso matiz me cobria, me esquentava e me fervia mas o brilho, de tanto, ia se ofuscando que chegou a ponto de saturar. O contraste ficou demais. Uma estrela morreu. Outra nasceu. Inception. Ondas frequentes se espalharam. E eu aqui, você aí.




02/09/13
12h30

Quase Um Mês

Hoje bateu mais forte
a saudade
que ontem era só
vaidade.

Reparei que ando
sonhando
e mesmo estando nos
olhando
a cumplicidade é de estar
se afastando
não mais
compartilhando
ideias, ouro e flores
desse mundo.

No café estralei
meu dedinho
lembrei que era meu
nosso carinho,
então que no canto
do Maurício
desabei em pétalas folhadas
a incomunicação.

Algum tempo mais velha,
desaguada e, agora,
sem valor,
a pergunta muda de
cor, sabor e temor:
Pra onde...?
Quando...?
O que...?
Frases, inteiras, não, mais,



ainda.

02/09/13
12h15