sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Libertinagem, Ebriedade & Poesia

  A noite é certa como meu passado, num dado momento, deixou de ser.
  Leio pessoalidades de gente que um dia foi próxima e a garganta seca levando a pele a arrepiar e o ventre a contrair. Antes fosse só saudade... Mensurar sentimento igual àquele seria ridículo já que tudo se misturava.
  Nós nos misturávamos... Isso tinha um sabor perturbador e igualmente instigante como catuaba e benflogin.
  Entre tantas paredes tantas pessoas.
  Entre quatro paredes quatro pessoas.
  Entre quatro paredes tantas pessoas.
  Qualquer circunstância era válida desde que o amor livre fosse respeitado.
  Qualquer canto num violão era exaltado até darmo-nos conta de que levávamos o rock’n roll aos cantos mais inesperados.
  Inesperado e indescritível é encontrar, depois de milênios, alguém cujo mesmo ideal aparentemente platônico faz lubrificar-lhe os olhos e encher-lhe a alma. Cuja casa permanece aberta para epifanias abençoadas por Dionísio (assim como a de Vinícius)e sempre convidativa a novos adeptos do culto ao romantismo que não é novela, à subjetividade que também pode ter caráter universal.
  A esperança de um contato é inevitável já que a junção de ideias renova forças para o prosseguimento dos caminhos. Mesmo que mais tarde venha a ser finito o sentimento mútuo, posto que é chama. Mas que no fim o encontro tenha adicionado mais uma peça ao quebra-cabeça da vida e que venha a atrair novas possibilidades de encaixes perfeitos.

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