Subindo as escadas vou falando com os pombos antes de acender a luz do farol que servirá de guia para alguém, um dia quem sabe. Minha voz é tão tímida que não chega a cobrir o rangido dos degraus mas tenho a estranha certeza de que estou sendo ouvida. Senão pelos pombos, por esta presença que eu sinto. E ela me diz que algo é guardado para mim.
A noite veio.
Vejo um barco se deslocando por entre as ondas mansas.
Curiosidade é o que me invade: neste caminho deserto quem poderia ter a coragem de chegar tão perto?
Apesar de ter recebido regras para controlar meus impulsos sinto um grito amarrado em minha garganta tentando enlouquecidamente sair.
O que me é permitido por enquanto é esperar a embarcação atracar e então virá o momento em que poderei soltar o mais despreocupado riso de alívio.
27/05/09
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