domingo, 9 de maio de 2010

Sons da Boemia

O silêncio provocado pelo eco da Dionisíaca é o mesmo que mudou de tom num orgasmo - a medida de tempo que pode durar um segundo ao mesmo passo que significar a eternidade.
Este silêncio...
Sim, ESTE silêncio rasgou a minha pele com a fúria do vento teimoso em fazer o vazio ir embora.
O mesmo silêncio que me revelou o ruído das concretas pilastras do Minhocão, fazia-se agradável diante da minha admiração pela diversidade entretanto revelou-me o quão desdenhável pode ser a perfeição.
Aquele silêncio de perfeita sincronia com a noite fez a asa do frango curvar-se a proteger seu bem material. Na hipocrisia da solidão negada os Ray Ban's cruzavam suas linhas de visão em cumprimento aos semelhantes pois são só estes que os mesmos enxergam.
O silêncio em forma de gota.
Em forma de frio do inverno.
Do amor mais eterno.
Do arrepio do inferno de admitir que seus abraços não mais me aquecerão.
Foi aquele orgasmo que tirou minha concentração.
E levou a inspiração.
Contento-me agora com rimas ridículas e já fora de circulação.
Tudo por causa de um silêncio que custa a ter uma explicação.

2 comentários:

  1. Muitas vezes a eleqüência do maldito silêncio diz muito mais do que estamos dispostos a ouvir...

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  2. É.. fato!
    por isso muitas vezes ele vem acompanhado da inquietude do ser...

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